Foto: divulgação (portal MEC)
O terceiro presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep) na gestão Jair Bolsonaro (PSL) será Alexandre Pereira Ribeiro Lopes. A informação foi confirmada pelo instituto. O MEC (Ministério da Educação) ainda não se pronunciou. Ele é o terceiro ocupante do cargo no governo Bolsonaro.
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Lopes estava na função de diretor legislativo na secretaria executiva da Casa Civil. Segundo informações do MEC, ele é servidor público da carreira de Analista de Comércio Exterior desde 1999, formado em engenharia química pela UFRJ e em direito pela UnB.
O novo presidente do Inep já ocupou outros cargos na administração pública. Ele foi secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização e subsecretário de Políticas Públicas do governo do Distrito Federal.
Lopes substitui Elmer Vicenzi, demitido nesta quinta-feira. Vicenzi estava no órgão, ligado ao ministério da Educação e responsável pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), desde 29 de abril.
ATRITOS
A assessoria do MEC, oficialmente, diz que Vicenzi pediu demissão, sem detalhar a motivação. Delegado da PF (Polícia Federal), ele foi dispensado após 18 dias de trabalho. O motivo da exoneração teria sido uma disputa com a procuradora-chefe do Inep, Carolina Scherer Bicca, segundo relataram servidores do órgão. A demissão pegou muitos funcionários do Inep de surpresa.
O conflito aconteceu em torno de uma divergência sobre a transparência de dados do Inep sobre os estudantes do ensino básico e superior. Segundo a reportagem apurou, Vicenzi era favorável ao uso dessas informações para a formulação de políticas públicas. Já a procuradora é contra.
Discordando de pareceres, decidiu retirar a função comissionada de um procurador. A decisão não teria sido respaldada por Carolina, que levou o assunto até o secretário-executivo do Ministério da Educação, Antonio Paulo Vogel. Em meio à disputa, os servidores relatam que Carolina teria dito que não aceitaria a mudança e que só ficaria no posto se Vicenzi deixasse o cargo. Vogel então optou por Carolina e o Ministério da Educação chancelou a demissão.
Esta foi a primeira baixa no alto escalão da gestão de Abraham Weintraub no comando do MEC. Ele assumiu a pasta em abril, no lugar do colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, demitido após uma crise entre as alas ligadas aos militares e ao escritor Olavo de Carvalho.
Terceiro ocupante em 5 meses O presidente anterior do Inep, Marcus Vinicius Rodrigues, foi demitido por Ricardo Vélez Rodríguez, ex-ministro da Educação, após cancelar a avaliação federal de alfabetização de crianças.
No início do governo Bolsonaro, a presidência era ocupada por Maria Inês Fini, que foi exonerada no dia 14 de janeiro.
A primeira mudança no comando do órgão veio depois de Bolsonaro ter criticado o Enem do ano passado por ter trazido uma pergunta que citava o "dialeto secreto" de gays e travestis. Segundo o presidente, a questão não media "conhecimento nenhum".
O Enem 2018 trazia um texto sobre o "pajubá, o dialeto secreto dos gays e travestis" e questionava o candidato quanto aos motivos que faziam a linguagem se caracterizar como "elemento de patrimônio linguístico". Na época da prova, em novembro, o Inep não quis comentar as críticas de Bolsonaro.